Marcos e Kahn: duas histórias, um destino
RIO - O novo muro de Berlim, o goleiro Oliver Kahn, garantiu a chegada de sua seleção à final da Copa do Mundo. E assegurou, ainda, que sua equipe fosse a menos vazada do torneio. Mas, se um dos trunfos da Alemanha está na experiência de seu goleiro, os alemães devem saber que, do outro lado, o goleiro – do Brasil, claro – não vai deixar barato. Marcos mostrou, ao longo da Copa, que além de confiável está em grande forma. E que, a exemplo de Kahn, pode mudar o destino de uma partida.
Kahn vai comandar a Alemanha em sua sétima final na história e na busca do tetra. O título depende, para muitos especialistas, das mãos dele, que pode se transformar no primeiro goleiro a ser eleito o craque de um Mundial. O mesmo não ocorre com Marcos, menos pressionado graças ao brilho do ataque formado por Ronaldinho, Ronaldo Gaúcho e Rivaldo.
Aos 33 anos, com 1,88m e treinado por outro grande goleiro, Sepp Maier, Kahn é a muralha que apenas a Irlanda, ainda na primeira fase, conseguiu furar. Mas tomara que, assim como o muro de Berlim, ele seja derrubado a golpes das marretas de Rivaldo e Ronaldinho.
- Adoraria enfrentar o Brasil na final. É o melhor time da Copa do Mundo. É melhor ser a surpresa. A pressão é menor – disse ele, assim que seu time conquistou o direito de disputar o título.
Marcos, 1,93m, 29 anos, é o homem de confiança do técnico Luiz Felipe Scolari. Como jogador do Palmeiras, onde começou a carreira e atua até hoje, Marcos foi comandado por Felipão e ajudou o clube paulista a conquistar importantes títulos, sendo o principal deles a Copa Libertadores da América em 1999. Marcos passou a titular da seleção quando Scolari assumiu o comando da equipe, em junho de 2001. Até então, o goleiro, nascido em Oriente, interior de São Paulo, tinha sido chamado algumas vezes, mas não se firmara como o dono da camisa 1.
- Não quero ser considerado o responsável pela vitória. O grupo é que ganha e que perde –disse Marcos, após fechar o gol contra a Inglaterra, mostrando que, além de experiência, tem espírito coletivo, como gosta Felipão.
Kahn, experiente jogador do Bayern de Munique, iniciou sua odisséia no futebol em 1976, em sua cidade natal, Karlsruhe. No ano seguinte, já era juvenil do time local. No entanto, o sucesso veio em sua estréia na Liga Alemã. A Bundesliga, no outono de 1990. Dali em diante, três temporadas depois, Kahn já era considerado um dos melhores goleiros de seu país e acabou convocado para a seleção.
No ano seguinte, seguiria com a equipe alemã para a Copa dos Estados Unidos, como reserva de Bodo Illgner. Na Copa da França, o titular da Alemanha era Andreas Köpke. Finalmente, em 2000, Kahn foi escolhido o melhor goleiro da Europa. Daí em diante, ficou absoluto na guarda do gol da seleção alemã. No ano seguinte, alcançou o auge, ganhando pela quarta vez a Bundesliga.
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