3 de mar. de 2002

"O problema ainda é maior se tratando da camada Diozoni"

São Paulo - O recente Exame Nacional do Ensino Médio rendeu algumas “pérolas”. Na redação de português, os estudantes tinham que dissertar sobre ecologia. Mas não foi só a língua portuguesa que saiu massacrada. Os testes revelaram ainda a falta de conhecimentos sobre a nossa história e cultura, além dos erros comuns de construção e grafia. O assustador é perceber que falta, principalmente, raciocínio. Muitos alunos do ensino médio não conseguem sequer escrever uma frase que faça sentido e somente agrupam palavras que uma vez ouviram na rua, no telejornal ou nas aulas.

A relação de "Pérolas do Enem" está sendo distribuída por um dos professores que corrigiram as provas, mas que não quer se identificar, pois houve uma recomendação especial da Cesgranrio, que elaborou o teste, para não expor os autores das provas e a íntegra dos textos.

Para um estudante, "os desmatamentos de animais precisam acabar", enquanto outro afirma que "precizamos de menos desmatamentos e mais florestas arborizadas" o que, para um terceiro "é um problema de muita gravidez", possivelmente "devido aos raios ultra-violentos".

Outro examinando critica os países desenvolvidos, pois "eles querem que nós se matem por eles e a única solução é alugar o Brasil para os outros", enquanto "na televisão o governo vem com aquela prosopopéia flácida". Um candidato acha que os problemas ambientais ocorrem porque "todos os fiscais são subordinados; é a propina", melhor entretanto é a afirmação de que "os lagos são formados pelas bacias esferográficas".

Uma professora paulista que participou da correção, Marta Leite, e que viu a relação de bobagens escritas pelos alunos, não considera tão negativo o resultado. "Como a prova foi de âmbito nacional, houve 400 mil avaliados, e é normal que entre eles haja semi-analfabetos que nada perdem ao tentar conseguir os créditos em caso de aprovação", diz ela.

"Os professores do Brasil inteiro e também a mídia conseguiram transformar a defesa do meio ambiente num valor universal entre os estudantes", diz a especialista. "O que falta agora é o segundo passo, transformar essas idéias difusas e mal concatenadas num discurso efetivo de preservação", avalia.

A professora lembra que todas as provas estão escaneadas na Internet e se forem analisadas por pesquisadores, desde que autorizados, permitem verificar em que Estados e regiões o ensino tem sido melhor e onde há necessidade de reforço. Apesar do otimismo da professora, a lista impressiona:


Mais “pérolas”

"o problema ainda é maior se tratando da camada Diozoni";

"na época de Cristo não haviam hindústrias para poluir e assim mesmo háviam problemas sociais entre os povos";

"no paiz enque vivemos, os problemas cerrevelam";

"o que é de interesse de todos nem sempre interessa a ninguém";

"a natureza foi discuberta pelos homens a 500 anos atrás";

"não preserve apenas o meio ambiente, mas sim todo ele";

"o maior problema da floresta Amazonas é o desmatamento dos peixes";

"nos dias de hoje a educação está muito precoce";

"hoje endia a natureza não é mais aquela";

"vamos mostrar que somos semelhantemente iguais";

"precisamos agir de maneira inesperável";

"na Amazonas está cendo a maior derrubagem e extração de madeira do Brasil";

"vamos deixar de sermos egoístas e pensarmos um pouco mais em nós";

"por isso eu luto para atingir os meus obstáculos";

"o fenômeno Euninho";

"a concentização é um fato esperançoso para o território mundial";

"o serumano no mesmo tempo que constrói também destói, pois nois temos que nos unir para realizar parcerias".

Nenhum comentário: